Associação dos Servidores e Trabalhadores da Funarte – Asserte lamenta a perda de um dos grandes nomes do teatro brasileiro, Orlando Miranda, que partiu nesta segunda-feira (9/12/2024), aos 91 anos.
Orlando Miranda foi Diretor do Serviço Nacional de Teatro – SNT, entre os anos de 1974 e 1981, Presidente do Instituto Nacional de Artes Cênicas – INACEN entre 1981 e 1985. Essas instituições eram responsáveis por elaborar e executar as políticas públicas do Governo Federal para o desenvolvimento das Artes Cênicas no país. Foi durante a sua gestão no INACEN, em 1982, que Orlando, junto a Luiz Franco Olimecha idealizaram e fundaram a Escola Nacional de Circo da Funarte, que se tornou uma referência internacional no ensino da arte circense.
O empresário, produtor, ator e fundador do Teatro Princesa Isabel tratava uma pneumonia, e faleceu em casa, em Copacabana, na Zona Sul, de forma serena, segundo a família.
“O momento é de celebração. Ele era um grande homem na cultura, um divisor de água no país. Ele foi o homem que deu sustentação às artes cênicas brasileiras durante a Ditadura Militar. Era ele que, nos anos de chumbo, ia negociar com os militares e salvava todo mundo. Ele teve um privilégio que poucos tiveram, do jeito que partiu, em casa, com toda a serenidade do mundo”, disse Isabel Miranda, filha única de Orlando, ao jornal O DIA.
O velório de Orlando Miranda está marcado para acontecer a partir das 10h, desta quarta-feira (11), na capela 1 do Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Central do Rio. Após a cerimônia, o corpo do produtor cultural será cremado.
Um defensor das Artes Cênicas
A Fundação Nacional de Artes – Funarte, celebrou os 91 anos de Orlando Miranda de Carvalho, comemorado no último dia 24 de maio. Ator, produtor e empresário teatral, Orlando nasceu no Rio de Janeiro, em 1933. Formou-se pela Escola de Teatro Martins Pena em 1959, e em 1963 fundou o Teatro Princesa Isabel, juntamente com Pernambuco de Oliveira e Pedro Veiga. O espaço foi palco dos primeiros shows de Bossa Nova, de inúmeros sucessos como “Roda Viva”, “Trair e coçar é só começar”, “Um grito parado no ar”, entre tantas outras, além de receber atores e atrizes como Procópio Ferreira, Gianfrancesco Guarnieri, Paulo Gracindo, Jô Soares, Jorge Dória, Dercy Gonçalves e Marília Pêra.
O espaço serviu também como auditório para assembleias onde eram discutidas as necessidades e anseios da classe artística.
Em plena ditadura militar, Orlando Miranda foi um grande defensor das Artes Cênicas brasileiras e, além de criar programas e ações significativas para o seu desenvolvimento e fruição, combateu a censura com extrema coragem.
Viva Orlando Miranda, viva a sua história e a sua arte!
Fonte: Funarte celebra os 91 anos do ator e produtor Orlando Miranda
Fonte: Jornal O Dia, publicado 09/12/2024.
